domingo, maio 25, 2008

aprendendo

Aprendendo I:

Em execução, o verbo aprender só existe mesmo no gerúndio!

Não devia nem haver outras formas de conjugação para esse verbo. Indicativo ou subjuntivo deveria-se sempre substituir pela sua forma gramaticalmente "inacabada".

As pessoas diriam:
"no segundo grau eu estava aprendendo matemática!"
"na faculdade estarei aprendendo lógica!"

Ninguém mais usaria os petulantes "aprendi" e "aprenderei". Usaríamos sempre o modesto "aprendendo".

Com o tempo, a consciência de que o conhecimento é amplo, e foge aos nossos limites de acumulá-lo, tornaria tudo um aprendizado constante.

E trocaríamos, automaticamente, sentenças como "estou vivendo minha vida", por "estou aprendendo à viver minha vida".

***


Aprendendo II:

Manhã gélida de inverno gaúcho. Anos 80. Meu pai tentava me tirar da cama para ir à escola. Acordei com a rabugice de sempre. Mas resmungando um pouco mais que o costume, confesso. Tendo sido apressada com palavras firmes e me sentindo contrariada, choraminguei:

"até quando vou ter que estudar?"

Meu pai, num ímpeto de impaciência, não querendo calcular o processo de ensino brasileiro, disparou:

"para sempre!"

Sim! Estudar é para a toda a vida! Não deveria existir mais outra resposta para essa pergunta que não fosse essa. Se esse conceito se enraizasse em nossas mentes, estaríamos sempre aprendendo mais.

Estaríamos aprendendo outras línguas. Aprendendo à mergulhar. Dançar. Tocar violão. Aprofundar uma matéria. Descobrir outra. Concluir as próximas etapas educacionais. Assar biscoitos. Yoga. Fotografia. Rapel. Mitologia. Beber Vinhos. Reconhecer pássaros. Fazer mágicas. Jogar gamão...

No diploma das pessoas, ao invés de se ler "bacharel em medicina veterinária", leríamos "estudante de medicina veterinária - bacharelado completo".

***


Aprendendo III:

Hoje, se me perguntares o que eu andei aprendendo ultimamente, não terei nenhuma novidade para dizer-te, àvido aprendiz-leitor.

Mas não te decepciones, assim antecipadamente! Pois cá, no meu teclado, tenho algumas palavras para te digitar.

Depois que descobrires em ti a riqueza de admitir que estás sempre aprendendo, comece a pensar, imediatamente, na idéia de reaprenderes o que julgas já saber.

Eu passei os últimos meses reaprendendo. E me sinto na obrigação de alertá-lo sobre a importância de fazer isso. Não apenas uma vez na vida. Não somente às vezes. Mas sempre que for necessário.

Um comentário:

Anônimo disse...

Opa, aulas particulares de dança(caso seja aquela 2 para lá e o mesmo para cá), violão, yoga, beber vinhos, mágicas e gamão! Tratar: 9280-XXX1 rs...