segunda-feira, agosto 13, 2007

Duke Ellington Orchestra and Me

Cheguei cedo, ao meu gosto. Deu mesmo para ouvir o som vindo dos músicos e dos instrumentos no backstage. Meu coração disparou, ou só parou? Não sei dizer. O que uma Big Band como a Duke Ellington Orchestra faz em Brasília? - Pensei. De repente a cidade me pareceu mais agradável do que nunca. Em Porto Alegre eu teria companhia para esse evento, mas não teria o evento. A vida e suas desarmonias, aceito-as com a suavidade que ela mesma me concedeu.

Os músicos se apresentam ao palco, depois ao público, aos aplausos. Paul Ellington assume o ducado de seu avô e fala por todos, todos endossam a 'nobreza'. Provam que nem só no swing articula-se uma Big Band: fazem um dixieland-revival com os trompetes, regalam-nos com frações de bebop, cool e fusion. E, como se já não fossem nos satisfazer com isso, cumprem o protocolo com um fragmento de improviso. Aqui é que confesso ter me sentido um tanto penalizada: Que diabos estavamos fazendo em um teatro? Quem havia colocado toda aquela luz no palco? Onde foi parar a fumaça dos cigarros, os copos de short drinks e o borburinho das mesas? Não, um improviso não é executado, ele nasce do frisson evolutivo entre o palco e a platéia, quando a respiração realiza o movimento do jazz e todos se encontram em outro nível de conexão. Mas não estávamos nos subúrbios de Chicago, estávamos em Brasília, Damm it! Houve um momento em que o sax baixou meio tom para flertar com as blue notes que caracterizam as lamúrias do Blues e, juro, tive de me acomodar na cadeira para não gritar: "That's the rhythm, man!"

Ou isso, ou minha habilidade de discernimento está fazendo confusão. De qualquer forma, consegui esta foto com meu celular para registrar e recordar:

Brasília, Teatro Nacional - 10/08/07

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